#Uruguai - Dia 03 - Taim RS

fevereiro 02, 2024

    Hoje foi o segundo dia que acordei na casa de parentes. Até então, minha única preocupação foi chegar até os locais para dormir. Acabei sendo convencido a partir apenas depois do almoço, já que eu iria pedalar "apenas" 100 km mais uma vez. Novamente, então, saí mais tarde do que planejei, mas o lado bom é que isso me fazia sair mais descansado. O engraçado é que quanto mais lugares eu passava, mais pessoas eu devia manter as atualizações sobre a viagem, isso era legal. Eu queria ter conhecido melhor Pelotas, mas eu precisava seguir em frente.

    A primeira parte do percurso estava sem vento e a estrada estava boa. Eu vi um avestruz em uma casa na beira da BR 116, eu mesmo nunca tinha visto um pessoalmente. Eles tem até um rabinho! Quando eu via primeira placa que apontava Rio Grande em uma direção e Chuí para a outra senti uma empolgação muito boa. A animação aumentou mais ainda quando depois de alguns quilômetros eu cheguei na entrada da Reserva do Taim, o tal local onde todos me falarvam que não havia absolutamente nada por perto. Meu pai durante a viagem toda ia perguntando por onde eu andava ou quantos quilômetros faltavam até a próxima parada. Então resolvi compartilhar minha localização em tempo real para ele ficar acompanhando. E ele realmente acompanhou! Uma hora ele mandou mensagem perguntando se eu havia parado ou se a internet havia caído, mas eu respondi que parei apenas para tomar água. Ele estava me olhando pelo mapa.




    Passei por uma placa dizendo que o próximo posto ficava a 100 km de distância, confesso que isso foi preocupante. A estrada realmente não havia nada, apenas campos e mais campos, com pequenas casas adiante. Depois de muitos quilômetros pedalados avistei um estabelecimento onde parei para tomar um café antes de seguir a viagem. A estrada não tinha fim, e ainda faltavam muitos quilômetros até o local de parada para dormir. Novamente tive que ligar todas as lanternas, e além do escuro e frio que tomaram conta, o cansaço começava a incomodar. Mas eu não tinha o que fazer, não havia nada no caminho antes do local para onde eu estava indo.


    Quando vi no mapa que eu estava perto, fui logo avisando meu pai e meu tio, que estavam acompanhando meu trajeto. A pessoa que eu deveria procurar era um amigo do meu tio, mas eu não tinha o endereço exato, apenas a rua. Porém ele disse que todos conheciam essa tal pessoa. Era uma pequena vila onde haviam cabanas de aluguel para pescadores de passagem. Foi então que eu passei por um rapaz que estava falando ao telefone, e percebi que ele falava em inglês. Perguntei se ele era dali, em inglês mesmo, e se ele poderia me ajudar. Infelizmente ele estava apenas passando a noite e não conhecia ninguém. A próxima pessoa que encontrei era um morador, que me indicou onde eu deveria ir. Edu era o amigo do meu tio, e me levou até uma pousada onde eu poderia passar a noite. O lugar tinha uma sala com sofá, dois quartos, pia, fogão e banheiro.


    A noite estava muito fria, a água do chuveiro mal conseguia ficar quente. Tive coragem apenas para tomar um banho de menos de um minuto. Porém, a cama e os cobertores eram muito confortáveis e quentes.

Pelotas - Taim RS.

14 de junho de 2023.

100 km.

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